sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Farewell

E a poesia, bonita, iluminada insana, cadê?

Cadê as flores do meu jardim? Que floriram suas mais belas pétalas,  suas cores, seu perfume, toque macio, suave de cada uma, uma a uma, por entre os meus dedos vi sumir...

Caio em prantos, misturando chuva e choro, como um coro, o céu se entristeceu por mim.
Pelas escolhas dessa vida, as vezes florida, as vezes airada, sigo observando, vezes sorrindo, vezes cantando, espantando a tristeza, ou a incerteza do que pode vir, ou vir acabar... Ah laia ♪

Tudo foi mesmo num susto de meses corridos, de céu encoberto com nuvens cinzas querendo chorar, fazer chover, lavando a alma daqueles velhos sisudos que preferem o mudo ao se atentar no que fazer...

Ai meu Deus, Senhor nosso! Não era para ser uma oração, parece mais uma canção de quem quer ver para crer.

Como é lindo, o sertão como tem que ser, terra batida e vermelha levantando a poeira que me viu nascer.  Como é lindo encher os olhos d’água com um pouco de prosa, da própria história, do meu próprio ser.


E o meu jardim refloriu, regadas com lágrimas e suor da gratidão, da poesia deixada a cada um que adentrou e adquiriu seu espaço generoso em meu coração.


Isplindiane

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Ingratidão

Tenho muito receio de depois de algumas lutas, certos golpes de direita encaixado perfeitamente em minha face, eu esteja sendo ingrata com a mesma que me nocauteou certo tempo atrás... A vida.
Essa ingratidão, me amedronta pelo fato depois dessas nossas travadas em ringue aberto, ela teve a incrível capacidade de ser, em grande forma muito gentil comigo, de modo que acredito ter tudo que amo no atual momento... Todos os dias levanto da cama, por alguém, que é o meu filho, meu bem maior. Tenho minha família, barulhenta, irritadiços mas que também os amo e tenho profunda gratidão por tudo que  fizeram por mim nos meus momentos mais vulneráveis. Tenho controle sobre os meus gastos e me 'banco' sem intervenção direta de terceiros, porque tenho emprego. As vezes me chateio, me estresso, mas é o que tenho e com certeza é melhor que nada. Tenho amigos... Pouquíssimos... Raros os contatos, mas com certeza são os melhores! 
E neste emaranhado de uma boa rede social, como você pode ver, o que eu teria medo de ser ingrata?!
Com exceção da família e do meu filho, estou renunciando muitas coisas neste momento, talvez o contato já raro com estes amigos, fique mais estreitado com a distância que irá se formar, e tal vez até mesmo alguns se dissipem, por falta de contato, mudanças e renuncias também da parte deles, porquê não? Tenho mais alguma coisa além desse medo do estreitamento de contato com esses melhores amigos... De certo tenha alguém em especial...Seria passar por aquela fase em que algum momento, você escolhe um caminho, seja pelo afetivo ou pelo racional, torcendo que ao escolher o racional, um dia tenha novamente uma chance de re-ver o que deixou de afetivo e criar laços vindouros... Sabemos que não é bem assim. Os tempos, amadurecem, conforme você e eu também amadurecemos. 
Criamos expectativas vãs, e até hoje não acredito em destino, mas nas consequências a qual nossas escolhas nos levou, seja elas bons laços ou não, quem os faz são você.
E é neste sentido que fico me perguntando dia e noite se vale a pena, fazer esta escolha agora... Por outro lado também penso nas oportunidades que vou criar tanto pra mim, quanto para o meu próprio receio. 

Neste quesito, e em quase tudo, o certo é o incerto. 

Não sei o que me espera, mas anseio por algo bom, claro! Não sei se fui apenas uma boa colheita, ou se deixarei a terra adubada para muitas e muitas safras, até quem sabe voltar a colhe-las... Não sei.
De certo estou sofrendo por antecipação... Essa é minha natureza, ansiosa, e pró-ativa...  

Carpe Diem... Sempre que está presente, procuro fazê-lo, assim em minha memória, em meu coração levarei para sempre o diamante que é.  (:


sábado, 17 de agosto de 2013

Maestro Diamond

Eu quero em meus lábios, seus beijos...
Em minhas mãos, seu corpo, num insano desejo.
Você sabe! Não seja tolo...
Quero ainda mais, mais perto...
Decoro, entrelaço, coberto,
Dois corpos, se aquecendo.

Há um céu denso e escuro lá fora,
Suas estrelas brilham tanto quanto podem...
A lua, com seu olhar apaixonado, penetrante,
Sorri... Brilhando a nós...

Seria o céu, nossa única ameaça?
Perito em todos os  nossos encontros,
Presente quando mesmo nós parávamos por um segundo...
Ausentes...

De certo não sei.
Te desejar mais é  doce, é mais forte...
Quem se importa?

De cada momento nos braços teus...
Com usura, me delicio em nossas loucuras...
Levo-o comigo ao término destes,
O gosto do toque suave...
A incerteza do quando... Novamente...

E resta-me uma pedra em meu coração,
Linda, lapidada e brilhante...
Consigo visualizar seu rosto nela,
Meu pequeno diamante.


Imagem: Google
Direitos autorais reservados.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O Voar dos Pássaros

Queria saber voar, mas nasci sem asas, então aprendi a andar, e por diversas vezes tentei bater os braços na ilusão de que meu voo fosse decolado... Engano. 
Aprendi a voar de formas diferentes, superando meus desafios e me fazendo melhor e melhor, as vezes o pouso não sai nada perfeito, ou se quer sutil... Nestes  casos, reclamar do que? Eu voei, está bom por demais, um bom pouso requer prática e habilidades, quando este era desengonçado ou acidental, eu aprendia como não fazer, e no que apostar no próximo. 
Chama-se sabedoria. E sou muito grata, pois em minhas orações, em um canto tranquilo qualquer numa conversa informal eu pedia a Deus que me desse o dom da sabedoria, claro que para tal, humildade e paciência é mais que essencial.
E na minha vontade incansável de poder voar, paro e admiro aqueles que o fazem... Tão bem.
O voar dos pássaros, eis a minha alegria, considero essa frase já uma filosofia. Como gosto... Como admiro...E além de voar, eles cantam, eles constroem e costuram suas casas em pequenos laços, habilidosos, sem pressa aparente, eles são felizes, são livres, sabem voar... 

E eu?
           Bípede... 
                          Terrestre...  
                                              Me lanço, 
                                              numa incerteza, 
                                              apenas confiante  
                                                                        do vôo raso.





Direitos autorais reservados
Isplindiane.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A construção do meu muro



Com vergonha, me escondo em meus muros, gigantes e cheios de espinhos, não me julgue relaxada por deixa-los com tal aspecto... São os meus espinhos! 
Foram percorridos anos em duras pedras, ora parecendo brasas aquecidas pelo calor do sol, ou traduza raiva., ora sem muita dificuldade em pedras lisas e simétricas, contribuindo com o pisar dos meus pés descalços, de quem ainda não havia caminhado tanto, desprovida de sandálias a prova de cascalhos...
Cascalhos... Muitas vezes, essa palavra era o resumo da condição interna e psicológica de como me encontrava, e muitas vezes estava puramente vulnerável ao despejo de cascalhos alheios, de outras trupes, de outros momentos no meu pequeno e pobre amontoado de "cascalhos"...  Coisas vans, que me faziam mal, e não sabia largar, não sabia simplesmente dizer basta! Já chega! Ora, perdoem-me, era apenas uma menina, aparentemente sem muito medo do erro... Até porque demorei demais a acertar.  
Não se engane, não lamento o passado e sim vejo toda essa fase, sombria e enevoada, como o suficiente para eu saber por onde andei e por onde não quero mais pisar. O quanto em minha totalidade fui forte, tentando em uma busca desenfreada, superar, e atravessar um abismo, sem cair para dentro (e sempre) dele... No entanto, só consegui atravessa-lo quando silenciando pude ouvir a minha respiração, e apenas ela, a minha respiração... E pude perceber o quão aflita ali estava, e o quanto tinha de me acalmar para conseguir me mover sem cair, mantendo-me em equilíbrio. 
Ao atravessar, finalmente, uma alegria me tomou por completa, fui renovada, revigorada, existia uma mulher forte que havia vencido aquela difícil e árdua batalha, e está que só existia dentro de mim mesma, na alma.
Do outro lado? 
Grama verde, jardim e flores, perfumes e cores, tudo em vida... Não tive dúvidas, está tudo tão bonito, logo começaram estrangeiros a se achegar, logo os sorrisos começaram a me parecer fartos demais... Desconfie... Assim o fiz, e comecei a esmerar com sobra dos cascalhos que ainda existia, meu muro de pedras, duras e frias, pesadas, mas tudo em perfeição. Não me vejo solitária, pois não sou, assim como os becos, em meu muro há uma passagem secreta. Dentro dele há minhas alegrias e somente elas. 
As tristezas? 
Dispenso... As que tinha, as empreguei no muro. Minhas alegrias muitas vezes, nem sabem que estão do lado de dentro, mas acredito que percebam mesmo apesar do vento frio que sopra oriundo das frestas do mesmo, que rego-as com doçura, as vezes distante, mas sem deixar de ama-las. 
E a vida que segue, posso lhe garantir, é linda! Apesar dos pesares. Até porque o peso, é sempre válido, para darmos o real valor do que é leve...




Suave saudações aos meus queridos leitores. 


Imagem: Google

Está crônica é de autoria própria e meramente ilustrativa.
Direitos autorais reservados.

Isplindiane










sábado, 29 de junho de 2013

Cansaço...

Oque acontece nos tempos de hoje?
As pessoas são mais sinceras ou mais vulneráveis a seus sentimentos?
Pelo que ouço, antigamente não via-se esse sofrimento desenfreado pela falta de afeto, pela falta de amor... 
Será porque as pessoas maquiavam  melhor seus reais sentimentos e não se expunham tanto entre amigos ou em redes sociais...?

O que acontece com nossos jovens que ao mesmo tempo que ficam mais independentes, sofrem muito mais em conflitos amorosos, ou sou eu, que sou muito leiga no assunto e dou meus pitacos errados?!
Acho que não, já me entreguei demais também, quebrei a cara, mas aprendi a respeitar o tempo em seu âmago.

Pra ser bem sincera, tenho preguiça, intensa preguiça de relacionamentos passageiros que hoje se iniciam com uma foto e um status "você é o amor da minha vida" para no dia seguinte estar um emoticons com cara de choro e os dizeres "tudo em vão".  Tudo isto é conflituoso, até  eu escrever este post... Pois também não sei responder se eu sinto o que sinto ou maquio os meus sentimentos com medo de voltar a sofrer... Muito louco isso... (E aliás, esta frase não sai do meu vocabulário há alguma semanas jah...) mas as vezes pareço até fria demais com os sentimentos alheios, mas isto me trás segurança, apesar de as vezes sentir que esperavam por mais de minha parte.

Mas o cansaço, é de tudo isso, de me ver esta juventude linda, com tanta coisa a encarar pela frente (como se eu fosse muito velha) se apresentar enferma, estar sempre "bad" por conta de um desamor, por conta de uma solidão, que não foi criada por outrem, mas por si só. Se eu me sinto bem e feliz sendo apenas eu, estando apenas comigo, eu não sou sozinha, não cultivo solidão. Mas se você não suporta ficar sozinho em qualquer ambiente e mesmo em uma multidão se sente sozinho, é porque você ainda não se encontrou, não se descobriu a pessoa adorável e interessante que você pode ser.

Somos infinitos enquanto vivos, sim, afirmo infinito, você aprende alguma coisa nova todos os dias, mesmo que você não se recorde, não tenha tomado ciência, mas em algum momento na sua vida, você vai saber lhe dar com situações difíceis, manobrando pelo que você viu e sua memória sintetizou sem se quer você perceber, e com isso você vai solucionar o desafio sem  grandes exaustões. Inclusive em desafetos, desamores, passageiros ou não.

Meus beijos em vocês! (:

domingo, 26 de maio de 2013

Escuro Medo

Tenho medo.
Muito medo...
De descobrir que algo mais petrificou,
Além das lágrimas.
É muito forte tudo isso,
Forte demais pro meu gosto.
Como alguém que tenta gritar...
Sem voz.... Em silêncio...
Apenas dor.
É tudo muito estranho,
Sinto me no meio de um túnel,
Que está escuro,
Quem sabe, tenho medo de escuro.
Mas neste, não  há luz em seu término.
Triste? Não deveria ser.
Está confuso... Não sei... Prefiro mesmo, não saber.
Não tenha dó. Pois eu mesma não tenho.
São consequências, de escolhas passadas,
Passagens dolorosas,
Que tiveram lágrimas de sangue
Derramadas da alma.
Mesmo confuso,
Tão pouco saiba,
Do quanto é importante e valioso
Um sorriso.
Um abraço.
Um afago.
Sinto me bem só,
E não me importo em ficar,
Afinal de contas,
Já não sou uma ameaça,
Ao meu eu.
Tal vez seja isso...
De estar tão segura consigo,
Sinto me ameaçada a qualquer sinal de aproximação,
Alguém que me tire do meu eixo
E faça me flutuar,
Antes mesmo de sair, me ponho a pensar...

“Talvez não seja tão bom assim...

Alguém que me tire a paz, me roube ... De mim”


Imagem: Google
Texto: Isplindiane 

domingo, 28 de abril de 2013

O gosto do improvável.

Hoje me deparei com o passado, num encontro nada casual. Não foi estranho, mas foi sutil, de uma tal forma que só pude sorrir, avermelhar e lembrar com apreço, sem ressentimentos, sem saudades, apenas com gratidão.

Gosto de ser surpreendida com o que é bom, gosto do improvável, você não espera, você não se decepciona, é apenas legal, ou excelente. Nos acostumamos com o muito bom, e se preparamos para ele, e quando algo não sai como 'fantasiamos', o tachamos de ruim, péssimo ou decepcionante, sendo que foi só a nossa imaginação, muitas das vezes regada pelo coração, que floreou demais e falhou. Entretanto, usando a razão você teria de apenas, esperar! Afinal nada aconteceu, e você não tem ideia do que há por vir, seja algo legal, ou excelente, simples assim. Claro, não vai ser fácil entender isso aos 14 anos, tão pouco aos 18 se ainda estiver começando a curtir a vida, no entanto, quem vos escreve só tem 20, mas levou algumas catapultas da vida, alguns tropeços que geraram cicatrizes até grandinhas, mas que ao vê-las só me faz lembrar o quanto sou forte, o quanto fui firme, e que além de tudo que passei, eu sobrevivi! E por maior sofrimento que possa ter passado, eu aprendi, amadureci como jamais poderia em tão poucas décadas. Mas não é disso que devemos ficar remoendo, e sim olhar pro mundo lá fora, mesmo num dia cinza, você vai conseguir encontrar um sorriso, inesperado, talvez de alguém que você se quer pensou que tivesses motivos para fazê-lo,  já dizia Caio Fernando de Abreu: "Um amigo me chamou para ajudar a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui." 


As vezes precisamos apenas disso, de um choque de realidade, ou como costumo dizer, apenas um pouco de loucura num mundo tão 'normal', porém hipócrita demais. Mas atrás disso tudo está o 'nosso contexto' cultural e social, que cria estereótipo, paradigmas, e que 'devemos' cumpri-los, no qual não concordo totalmente, respeito acima de tudo, mas tenho direito de pensar, e me opor a opinião da massa esmagadora.

Eu penso, logo existo. Não! Eu penso, logo eu questiono, e assim existo.

Um beijo mais que especial em todos os terceiros olhos que leem este post.