E a poesia, bonita, iluminada insana, cadê?
Cadê as flores do meu jardim? Que floriram suas mais belas
pétalas, suas cores, seu perfume, toque
macio, suave de cada uma, uma a uma, por entre os meus dedos vi sumir...
Caio em prantos, misturando chuva e choro, como um coro, o
céu se entristeceu por mim.
Pelas escolhas dessa vida, as vezes florida, as vezes
airada, sigo observando, vezes sorrindo, vezes cantando, espantando a tristeza,
ou a incerteza do que pode vir, ou vir acabar... Ah laia ♪
Tudo foi mesmo num susto de meses corridos, de céu encoberto
com nuvens cinzas querendo chorar, fazer chover, lavando a alma daqueles velhos
sisudos que preferem o mudo ao se atentar no que fazer...
Ai meu Deus, Senhor nosso! Não era para ser uma oração,
parece mais uma canção de quem quer ver para crer.
Como é lindo, o sertão como tem que ser, terra batida e
vermelha levantando a poeira que me viu nascer.
Como é lindo encher os olhos d’água com um pouco de prosa, da própria
história, do meu próprio ser.
E o meu jardim refloriu, regadas com lágrimas e suor da
gratidão, da poesia deixada a cada um que adentrou e adquiriu seu espaço generoso em meu coração.
Isplindiane
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