E ao entrar no meu quarto, me deparei com as janelas abertas, uma brisa
lúgubre tomava conta dele, o quarto frio e a cama vazia me trouxeram também um
vazio, uma saudade de mim que há muito tempo, não parava pra pensar o quanto me
negligenciei, o quanto me afastei de mim, provocando essas avalanches de
sentimentos por certo as vezes, por vezes confuso. Minha saúde retrata isso.
O círculo não fecha
e vai assim se formando o espiral que me leva pra longe da ponta inicial, me
hipnotizando para dentro de um ciclo vicioso. Não sei quantas vezes mais serão
necessárias escrever para acabar com isso, essa ansiedade que me toma por
inteira e que só trás frustração.
Quantas vezes me coloquei a pensar em que mãe
eu gostaria de ser pro meu filho e que tipo de mãe eu venho sendo? E quantas
vezes este mesmo pensamento tomou conta para outros aspectos da vida, como
filha, como profissional, em fim. Quantas e quantas vezes? Se com você que me
lê neste exato momento, também é assim, poderia ou gostaria compartilhar ?
Me
sinto tão só as vezes que nem lembro quem me pôs nesse mundo, e me pergunto por
quê? Por que eu? Por que comigo? Quantas mais vezes, terei de me fazer de forte
silenciando o grito e me esforçando para que meu belo par de olhos não produzam
lágrimas, no que eu julgo a hora errada, talvez com pessoas erradas... Até
quando?
Sempre perguntas, sempre dúvidas, mas se assim não for que graça teria
a vida não é mesmo? Não é mesmo...
Penso que um dia, uma hora, tudo isso passa, e tenho esperança (aquela
espera com confiança) que realmente passe. Afinal, só se vê a luz quando há
escuridão. Só descobre o belo, quando já se viu o feio. Só encontra paz, quem
já viveu na guerra.
Guerra...
Ta aí! (click) Minha mente é incrivelmente beligerante.
E trás esses contrários esfregando em minhas
fuças aquilo que muitas vezes deixo passar batido, ou simplesmente ignoro, devido
as “minhas prioridades”, prioridades essas que não tem me trazido paz, tem me
deixado sempre pra trás, pra depois... Depois eu vejo isso, depois eu procuro um
médico, depois eu marco a consulta, depois eu... E depois eu... E assim por
diante.
Tá
na hora de começar a me construir, saber o que busco e pra onde pretendo ir...
Se distante ou logo ali. Quem sabe não esteja na hora de ir, romper, partir com
velhos traumas, se lançar, afinal quem saberá se não arriscar? A vida é mesmo
bela, e eu, como cerejeira em flor, me reinvento, sempre desabrochando no
inverno, tal vez o rosa seja mesmo a minha cor. Da paz, da alegria, do amor...
Imagem: Google
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